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Palestrante: Professor Esp. Ademir Rodrigues Pereira
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Alfabetização
A IMPORTÂNCIA DA LEITURA E DA ESCRITA NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO
Prof° Ademir Rodrigues Pereira
Introdução
A leitura é uma habilidade que torna o processo de alfabetização evidente e objetivo. Que tem um valor técnico para a alfabetização, como também é uma fonte de prazer e satisfação pessoal, que serve de estímulo e motivação para o estudo.
O mau desempenho da leitura tem sido bastante discutido no cerne da escola, já que, há muitas décadas se observa esse tipo de dificuldade, o que gera um grande número de reprovação e o aumento do percentual de evasão escolar. Atualmente, essa questão vem recebendo uma atenção especial de parte dos órgãos oficiais, apesar de, ainda, não se ter obtido resultados expressivos em suas tentativas de solucionar tal problema.
O artigo visa analisar a importância da leitura como uma habilidade alfabetizadora, evidenciada como atividade fundamental desenvolvida pela escola para a formação do aluno. Ainda, alertar aos educadores e demais profissionais da educação, da importância da leitura, como hábito que precisa ser desenvolvido desde a alfabetização.
“Leitura é toda manifestação linguística que uma pessoa realiza para recuperar um pensamento formulado por outra e colocado em forma de escrita. Ela pode ser ouvida, vista ou falada” (RAMALHO, 1997, p. 95). Por ser a leitura uma atividade individual, de assimilação de conhecimento, de reflexão, indispensável para a construção de uma cultura sólida e geral que aumenta a alma humana, o ato de aprender a ler convencionalmente, além da decodificação, requer convivência e manuseio com a escrita. A leitura é uma decifração e uma decodificação e segue os seguintes passos: primeiro o leitor decifra a escrita, depois entende a linguagem, em seguida decodifica as implicações do texto, reflete sobre isso, forma uma opinião e um conhecimento sobre o que leu. Assim, percebe-se que é impossível realizar uma leitura apenas de significados ou apenas de significantes de um texto. Para uma leitura com compreensão, ambos os aspectos são necessários.
Segundo ALVES (2003, p. 148), decorre da leitura a grande maioria dos problemas que os alunos enfrentam no contexto escolar em qualquer dos níveis de ensino. Por isso, a escola deve ensinar o aluno a ler para que ele tenha condições de entender os textos específicos de cada matéria e também instruções de todos os gêneros, porque a leitura envolve questões não só de semântica, mas também culturais, ideológicas, filosóficas e fonéticas.
Essa leitura gera interpretações diferentes, que variam de acordo com a estrutura de conhecimento de cada leitor. Cada um lê de seu modo e a escola precisa respeitar isso, entendendo que o leitor sempre interfere na leitura, não importando o quanto o escritor se esforce para restringir a leitura de sua obra. O que é impossível dizer de concreto é que a leitura é a realização da escrita, pois quem escreve, escreve para ser lido. “O ato de aprender a ler, além de decodificação, requer convivência e manuseio com a escrita” (ALVES, 2003, p. 198).
ALVES (2003, p. 214) afirma ainda, que oralmente, há vários tipos de leitura, mas a escola passa a falsa ideia de que a ortografia só permite a leitura do significante segundo a fonética do dialeto-padrão que adota. Tendo a leitura essa característica marcadamente individual, a escola não pode tomá-la como pretexto para avaliar elementos como pronúncia ou rapidez de decifração. Da mesma forma, o professor deve lembrar que ao escrever, o autor escolhe elementos do sistema da língua com determinadas intenções, o que leva à necessidade de uma leitura tanto sintagmática quanto paradigmática. Nem toda leitura pode ser feita de modo linear, mas os professores insistem em ensinar apenas esse tipo de leitura, mesmo que para poemas.
Desta forma, o processo de leitura só se realiza através dos mesmos mecanismos de produção da fala. A velocidade de leitura com compreensão está diretamente ligada à habilidade do leitor como falante da língua. Por isso, o sistema de aprendizado instrumental de línguas estrangeiras traz problemas ao aluno, pois ele acaba internalizando regras próprias ou estruturas da língua que acredita verdadeiras e que, se decidir ser uma falante dela, será quase impossível de substituir pelas regras e estruturas reais dos falantes. “Leitura é toda a manifestação linguística que uma pessoa realiza para recuperar um pensamento formulado por outra e colocado em forma de escrita. Ela pode ser ouvida, vista ou falada” (RAMALHO, 1997, p. 95).
É comum na realização de leitura oral gerar vergonha e mal-estar nas pessoas, pois, deve ser a realização do dialeto-padrão no seu nível mais formal, a pronúncia dialetal de cada indivíduo é vista como errônea, numa atitude preconceituosa.
Os primeiros contatos da criança com a leitura ocorrem justamente através da modalidade oral, com a “contação” de histórias. Foneticamente, ouvir uma fala ou ouvir uma leitura é quase a mesma coisa quando a questão é o processamento da informação. “.. a diferença é o canal pelo qual se faz a leitura: ouvidos no lugar dos olhos são os responsáveis por levar a informação ao cérebro” (RAMALHO, 1997, p. 102).
Entende-se que a cultura brasileira originou-se entre a imagem e a escrita, com a hegemonia da escrita comprometida atualmente. Na verdade, ambas têm características próprias, vantagens e desvantagens. A escrita sem a imagem permite a criação individual do leitor, enquanto a imagem em movimento expressa emoções de maneira mais profunda. É importante que o leitor tenha contato e seja capaz de compreender a ambas. “Não existe leitura sem decifração da escrita. Ler é fácil para quem sabe, e nos primeiros momentos de aprendizado, não há palavras mais fáceis e mais difíceis. Há a dificuldade específica da decifração da escrita em si” (ALVES, 2003, p. 167).
Entende-se que a criança precisa de um tempo para realizar a decifração da escrita, e não para aprender a ler desempenhando atividades que só o leitor treinado domina.
A leitura de um texto escrito não se processa diretamente da compreensão da escrita para a compreensão do pensamento. A leitura está presa a processos biológicos e à empatia com o texto/autor do texto, além de depender, para sua compreensão, de elementos contextuais presentes apenas na fala, e que o bom leitor deve ser ensinado a resgatar do texto escrito (ALVES, 2003, p. 168).
Normalmente a leitura oral expressiva facilita a compreensão do texto, e é por isso que as crianças devem ser treinadas a fazê-la. Para que elas consigam ler um texto, é necessário que o estudem antes, decifrem e treinem sua leitura, para evitar frustrações nesse exercício.
A escola precisa perceber que a leitura oral necessita de uma preparação anterior pelo leitor, e que não obtém bons resultados quando usada como atividade-surpresa, com textos não conhecidos pelos alunos.
Quanto à leitura em voz alta, CARVALHO (1993, P. 123) enfatiza que, o leitor deve primeiro decifrar o que está escrito e depois reproduzir oralmente o que foi decifrado. Esse ajustamento do processo da fala para a leitura não é simples. A falta de controle sobre uma extensão relativamente grande de pensamento leva facilmente à produção de uma fala mais vagarosa, sem as entonações e características da fala espontânea. O treino da leitura oral vai torná-la um processo automático e inconsciente, mas apenas se o aluno não tiver que se preocupar excessivamente durante sua realização. Senão, a criança vai ler soletrando ou vai ler sem entender o que leu.
A leitura deve revelar as características fonéticas da fala: mudança respiratória para a criação de ritmo e entonação próprios. Se a criança for introduzida à leitura oral, processando por pequenas partes, acompanhando letras, o resultado será diferente da fluência normal. É mais razoável que a criança, primeiro decifre e analise a escrita e só depois diga o que leu. Com o tempo, haverá um período menor entre atividade e outra, até a leitura fluente. “A escola deve dar ao aluno a chance de ler segundo sua variedade da língua e não obrigá-lo primeiro a ler o dialeto da escola, senão ele estará aprendendo a ler sua língua como se fosse uma língua estrangeira” (REZENDE, 1997, p. 159).
Entende-se que ler e escrever são atividades que começam de maneira paralela, mas depois a ênfase recai na escrita, porque a escola sabe como avaliar a escrita, mas não sabe como avaliar muito bem a leitura. No entanto, o mundo exige mais a leitura do que a escrita.
MACEDO (1999, p. 78) afirma que a leitura exerce grande influência na alfabetização, inclusive, precedendo à escrita, porém, o material didático utilizado na escola não lhe dá o merecido destaque. Ela tem um valor técnico para a alfabetização, bem como é uma fonte de prazer, satisfação pessoal e conquista que serve de grande estímulo e motivação para o estudo.
Quando alfabetizadas num ambiente alfabetizador, as crianças conhecem um número muito grande de palavras e conseguem descobrir o significado de tantas outras pelo contexto em que se encontram. Não é preciso explicar todas as palavras de um texto antes da criança lê-lo, o melhor é que ela aprenda a perguntar e a resolver suas dúvidas sobre significação de palavras dentro do contexto em que aparecem. Também é necessário ensinar a criança a consultar um dicionário e interpretar suas explicações. “A introdução da leitura através das famílias silábicas pode acarretar problemas à formação do leitor: ela faz parte do processo de decifração da escrita, mas não é propriamente leitura” (MACEDO, 1999, p. 39).
A leitura não pode ser um instrumento de preconceito sociolinguístico; os alunos precisam saber que um texto pode ser lido com muitas pronúncias, e que o dialeto-padrão não torna a leitura mais bela ou correta. Mas a escola não pode esconder a realidade: que a leitura no dialeto-padrão goza de prestígio social. “A leitura leva à aquisição de cultura, mas é a cultura que explica muito do que se lê. Para conhecer uma cultura é preciso ler não só o que diz dessa cultura, mas o que ela produziu” (RAMALHO, 1997, p. 77).
Para conhecer a escola, o aluno precisa ler o que a escola escreve; para entender isso, ele precisa entender a cultura da escola, o que nem todos os educandos conseguem, logo que entram no sistema educacional. Por isso, ALVES (2003, p. 171) defende que restringir as atividades escolares apenas ao quadro cultural da criança é o mesmo que negar-lhe o acesso ao resto do mundo e à sua compreensão. Ele diz que essa referência particular de realidade deve ser apenas um marco inicial do trabalho pedagógico, devendo ser entendido como regra ou norma. Todo professor deve iniciar qualquer diagnóstico, conhecendo a história de vida dessa criança.
Os tempos mudaram e com eles as tecnologias e a reflexão acerca da leitura. Mas certas coisas se mantêm como ter aquilo que está impresso nos livros como verdade absoluta ou o hábito de classificar o leitor, suas ideias e nível cultural apenas pelas escolhas de leitura que realiza como as revistas que prefere.
Para ALVES (2003, p. 178), os alunos leem pouco na escola, e quando esta possui uma biblioteca, ela é quase intocável, não permitindo um clima favorável à leitura e à manipulação de livros. Geralmente a biblioteca não é frequentada pelos alunos nem é um lugar dinâmico. As crianças devem ter contato com textos próprios para sua faixa etária, autores nacionais e internacionais, revistas, quadrinhos, clássicos, fascículos, enfim, todo o material julgado de seu interesse.
"Trabalhar um texto não é meramente responder a um questionário de interpretação, mas discutir com os alunos não só o conteúdo, como também a forma desse texto. Às vezes, apenas lê é suficiente. Não é preciso que o professor trabalhe sempre e obrigatoriamente cada texto lido. Isso retiraria parte do prazer da leitura" (ALVES, 2003, p. 178). No contexto escolar o professor, além de seguir as normas da escola, deve proporcionar aos alunos oportunidades para o bom desenvolvimento da leitura. Utilizar a criatividade e a curiosidade dos alunos. As aulas devem ser motivadas com historinhas, sugeridas pelas próprias crianças.
No entanto, é necessário que professores e alunos tenham gosto pela leitura e juntos adquiram habilidades no decorrer da aprendizagem. O professor deve estar sempre usando novas estratégias. Sabe-se que ler é fácil, exige-se esforço mental e físico. “O domínio das estratégias de leitura decorre de uma prática viva do ato de ler” (REZENDE, 1997, p. 49).
Segundo MACEDO (1999, p. 122), o professor tem de alfabetizar para vir a ser leitor, ser leitor para alfabetizar. Com base nestas considerações percebe-se que ler é fundamental no processo ensino-aprendizagem, diante das experiências no decorrer destes anos de trabalhos dentro da educação, para que aconteça uma alfabetização de qualidade é necessário ser um bom leitor.
É pela leitura quer o ser humano desperta para a vida, se socializa e constrói a sua cultura. Ser leitor é sentir-se inserido no mundo, comprometido com sua transformação e do seu próximo. Estar letrado ou ser letrado é se encontrar consciente, pleno, fluente quanto a ler, escrever. É estar socialmente letrado.
Para que uma criança leia convencionalmente, que tenha fluência e gosto pela leitura é interessante e necessário, que seja alfabetizada num ambiente alfabetizador, que o seu professor leia histórias frequentemente e que tenha familiaridade com textos escritos desde o início da vida escolar. Que seja estimulada a ler, convivendo, inicialmente com palavras, frases e produções de textos, mesmo sem saber ler.
A alfabetização não acontece apenas com o auxílio de bons livros didáticos, mas também com diferentes tipos de materiais que contenha letras. Para que aconteçam bons resultados é necessário criar dentro da escola um ambiente agradável, onde o educando se sinta bem e alcance o prazer da leitura.
Portanto, o processo de leitura só será evidente se houver quantidade e qualidade de livros, revistas, etc. Também, que o professor goste de ler e proporcione ao seu aluno situações favoráveis ao processo de leitura, porém, que a criança seja o principal personagem deste processo.
REFERÊNCIAS
ALVES, Nelson Bastos. Leitura e Escrita na Alfabetização. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
CARVALHO, Maria de Lourdes. “Construtivismo” (Fundamentos e Práticas). 1ª Ed. São Paulo: Ed. Pisa SA, 1993.
MACEDO, Stella. “Salto para o futuro 2”. Brasília: Scipione, 1999.
RAMALHO, Jaqueline. Caixa Mágica: Alfabetização. Rio de janeiro: Block, 1997.
RESENDE, V. M. Literatura infantil & juvenil. São Paulo: Saraiva, 1997.
SOARES, M. B. Letramento: um tema em três gêneros. B. Horizonte: Autêntica, 1999.
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